Mais de 100 filhotes de tartarugas marinhas em risco de extinção são levados ao mar em Aquiraz
Este foi o primeiro registro de eclosão da espécie oliva feito na região em 2025. O evento reuniu moradores, turistas e ambientalistas que acompanharam o momento
Mais de 100 filhotes de tartarugas marinhas em risco de extinção, foram levados em segurança ao mar após nascerem. O evento aconteceu na Praia do Porto das Dunas, em Aquiraz, por volta das 8 horas desta segunda-feira, 9.
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As tartarugas recém-nascidas, da espécie Oliva (Lepidochelys olivacea), foram monitoradas e lavadas em segurança ao oceano pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Marinhos (Apremace), por meio do Projeto Amigos do Mar.
Essa foi a primeira vez que a espécie Oliva foi registrada durante a temporada de 2025, do total de 114 ninhos de tartarugas atualmente monitorados pela equipe do Projeto Amigos do Mar.
As temporadas de nascimento de tartarugas costumam ocorrer no primeiro semestre do ano. Mas a temporada de 2025 iniciou em 19 de dezembro de 2024 e terminará em julho deste ano.
O evento reuniu moradores, turistas e ambientalistas que assistiam o momento de nascimento e soltura dos bichinhos. No total, nasceram 101 tartarugas marinhas da espécie Oliva, nove nasceram mortas e outras nove não eclodiram. Veja o vídeo:
O vice-presidente da Apremace e coordenador-geral do Projeto Amigos do Mar, Carlos Mariano Pereira, celebra a quantidade de filhotes que foram para o oceano hoje, 9, em razão do risco de extinção que as espécies enfrentam.
“A tartaruga Oliva está entre as cinco espécies em risco de extinção. Então nós tivemos hoje essa soltura que foi 100% de sucesso, porque nós tivemos 101 filhotes vivos, levados ao mar com segurança”, comenta Mariano.
A Apremace conta com licença federal para o manejo adequado e para a preservação das tartarugas marinhas nos 37 km de faixa de areia da costa do município de Aquiraz.
Só nesta temporada a equipe do projeto já levou aproximadamente 12.300 filhotes vivos, com segurança, ao mar. As equipes realizaram a soltura e nascimento de aproximadamente 30.465 filhotes de tartarugas marinhas no Litoral de Aquiraz, desde o início do projeto em 2022.
Além disso, para ele o número representa um crescimento exponencial de tartarugas marinhas preservadas e levadas ao mar.
“Em 2022, nós levamos ao mar 4 mil filhotes em 29 ninhos. Em 2023, nós já levamos 6 mil e 500 filhotes, de 87 ninhos. Em 2024, nós levamos ao mar 8 mil e 438 filhotes. Em 91 ninhos. E hoje nós já estamos na casa dos 12 mil e 600 filhotes. Só nessa temporada de 2025”, informa Mariano.
No Brasil, há cinco das setes espécies de tartarugas marinhas encontradas no mundo. São elas:
tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
O coordenador do projeto explica que o litoral do Ceará é uma importante área de alimentação e descanso para as tartarugas marinhas, que usam a costa cearense como corredor migratório.
A costa cearense é um importante corredor migratório para quatro das cinco espécies que ocorrem no Brasil, utilizando a região para migrar entre áreas de postura e alimentação.
Das sete espécies de tartarugas marinhas no mundo, quatro delas se reproduzem na costa brasileira no Litoral de Aquiraz: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-oliva, e tartaruga-verde. “Só não temos registro até hoje da tartaruga-de-couro”, explica Mariano.
Aquiraz foi declarada como “Cidade Protetora das Tartarugas Marinhas” por meio da legislação municipal pela Lei nº 18.477, de 19 de setembro de 2023, de autoria da deputada estadual Marta Gonçalves, que esteve no evento para ver o nascimento das tartarugas.
A Apremace realiza o monitoramento e manejo das tartarugas no primeiro semestre do ano. No segundo semestre o projeto promove ações de educação e conscientização ambiental para estudantes de escolas públicas, pescadores e bulgueiros do litoral de Aquiraz, para proteção das espécies ameaçadas e o fortalecimento da identidade ecológica do município. (Colaborou Carlos Daniel, especial para O POVO)
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